O
plástico de cana-de-açúcar já está no mercado, mas tem gente tentando fazer
plástico até de leite. O custo alto e os impactos ambientais do petróleo estão
levando empresas e cientistas a buscar fontes renováveis para fabricar
plásticos.
O
próximo passo pode sair de uma pesquisa da Universidade Estadual Paulista
(Unesp) que estuda a produção de plásticos a partir do ácido lático extraído de
resíduos do leite e do açúcar.
Trata-se
de um complexo processo químico que está sendo investigado por pesquisadores do
Laboratório de Microbiologia Industrial do Instituto de Biociências da Unesp de
Rio Claro, com recursos de um acordo de cooperação entre a Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Braskem/Ideom. O acordo é voltado
à busca por materiais similares aos derivados de petróleo, mas com menor
impacto no meio ambiente.
O
material pesquisado apresenta potencial para ser utilizado na produção de
bioplásticos e poderia ser empregado na fabricação de diversos produtos, da
indústria de embalagens para alimentos, remédios e cosméticos e até o uso em
aplicações biomédicas, como cápsulas para medicamentos e em implantes
ortopédicos.
O
processo de recuperação e purificação do ácido lático que está sendo estudado
ainda é caro, o que levou os pesquisadores a buscar matérias-primas
alternativas, explica o coordenador da pesquisa, Jonas Contiero. É por isso que
as fontes de nitrogênio e carbono necessários ao processo estão sendo buscadas
em resíduos da indústria sucroalcooleira e queijeira.
Usando
esses materiais de baixo valor, Contiero afirma que o processo é uma
alternativa mais barata que sistemas que estão sendo desenvolvidos hoje nos
Estados Unidos e na Bélgica. Essas outras pesquisas usam o amido de milho e o
açúcar de beterraba, respectivamente, como fontes para a obtenção do plástico,
o polilactato.
“A
quantidade de fibras dos resíduos ou subprodutos da agroindústria da
cana-de-açúcar, representada pelo bagaço e pela palha, dá a ela uma vantagem
competitiva inigualável em relação às outras fontes de carbono, uma vez que
este resíduo pode ser utilizado para geração de energia para a operação da
planta de produção”, afirma o pesquisador.
Com
informações da Fapesp
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