30 de junho de 2011

Comprando e vendendo silagem de milho: Que valor é justo?


A silagem de milho é uma importante fonte de energia na dieta de ruminantes no Brasil e em diversas partes do mundo por reunir diversas características positivas, tais como: alta ensilabilidade, produtividade e elevado valor nutritivo.

Nos últimos anos têm se tornado comum a compra e venda de volumosos suplementares nas fazendas brasileiras, e a silagem de milho também ganha espaço neste mercado pelos motivos citados anteriormente. Diante deste cenário, é comum nos depararmos com a seguinte pergunta: "Qual é o valor da tonelada de silagem de milho?"

Discutir custo de produção na agropecuária sempre é muito polêmico, pois existem as particularidades de cada fazenda. Desse modo, abaixo segue uma linha de raciocínio para se chegar ao valor da tonelada de silagem, sem se considerar custos fixos e variáveis inerentes a cada fazenda, ou seja, o valor é obtido com base no preço de mercado do grão, acompanhado de variáveis que são importantes acerca do valor nutritivo do alimento.

A planta de milho, em geral, é ensilada com 35% de matéria seca (65% de água). Assim, a cada tonelada de silagem 350 kg é de material seco (MS). Desse montante cerca de 50% é constituído por grãos. Então a cada tonelada têm-se cerca de 175 kg de grãos. Se considerarmos o preço de mercado atual, a saca de milho está com preço médio de R$ 25,00 (R$ 416,7/t). Desse modo, o valor de grãos presente na massa seria de R$ 72,80, o que poderia ser chamado de "valor base". Portanto, caso você esteja comprando ou vendendo silagem, o valor base é de R$ 72,80/t de silagem (para o exemplo utilizado). Esse valor é considerado justo, pois acompanha a volatilidade do preço de grãos de milho e considera uma característica extremamente relevante na silagem que é a percentagem de grãos na massa, a qual tem efeito direto no valor nutritivo do alimento.

Nos Estados Unidos, as últimas cotações do valor da tonelada de silagem estão mostrando valores próximos de 44,0 dólares. Se tomarmos por base o dólar a R$ 1,70, o valor em reais seria de 74,8, o qual é muito próximo do exemplo brasileiro.
Contudo, a silagem de milho não é constituída somente por grãos, pois também há a participação da porção vegetativa (colmo, folha, sabugo e palha). Porém, não é simples valorar tal porção. Alguns pesquisadores americanos adicionam de 10 a 15% ao valor base, ou seja, a tonelada passaria a valer entre R$ 80,1 a 83,7. Esse ajuste de preço considera principalmente o preço do fertilizante.

Caso você deseje refinar o teu cálculo, outras variáveis podem ser consideradas, tais como a concentração de fibra (FDN), a digestibilidade da fibra (FDND) e a concentração de amido na massa.

Ranquear a silagem pelo valor de FDN pode ser interessante. No Programa MILK2006 (http://www.uwex.edu/ces/crops/uwforage/silage.htm) a cada unidade percentual de FDN que se adicionada a composição química do alimento, a vaca reduz 4,8 kg de leite/t de silagem. Se considerarmos o pagamento do leite a R$ 0,85, cada aumento no valor de FDN representa um aumento de valor da ordem de R$ 4,1/t de silagem. Ou a cada unidade percentual que diminui a silagem poderia ser valorizada em R$ 4,1/t. Talvez o valor de FDN igual a 50% pode ser tomado como referência no nosso país. Para exemplificar, uma silagem com 45% de FDN (5% a menos que a média) passaria a valer R$ 72,80 + 20,5 = 93,3.

Como foi comentado anteriormente, a FDND e a concentração de amido também podem ser levados em consideração e são de mais fácil entendimento quando se usa o Programa MILK2006. Porém, se torna mais difícil do ponto de vista laboratorial, pois a determinação dessas variáveis é bem mais complexa.

Perceba que o valor da tonelada pode variar de acordo com a qualidade do alimento (proporção de grão na massa; concentração de fibra). Isso é importante no nosso ponto de vista, pois silagens com diferentes composições químicas não são inseridas no mesmo "pool". Ranquear o alimento e vender/pagar por qualidade é mais justo.

Fonte: Agripoint.

Abate de frangos cresce 3,4% no primeiro trimestre e bate recorde, segundo IBGE.


Entre janeiro e março deste ano, o abate de animais no país aumentou em relação ao mesmo período de 2010, com destaque para o crescimento do abate de frangos, segundo divulgou nesta quinta-feira (30/06) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Cerca de 1,3 bilhão de aves foram abatidas no período, crescimento de 8,2% em relação ao mesmo intervalo do ano passado e de 3,4% na comparação com o trimestre anterior. O número de frangos abatidos bateu recorde e é o mais alto desde o início da pesquisa, em 1997.

Já o abate de bovinos teve um crescimento menor. No primeiro trimestre de 2011, foram 7 milhões de cabeças, aumento de 0,2% em relação ao mesmo período do ano passado e de 1,4% na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

De acordo com nota do IBGE, os preços elevados da carne bovina podem ter estimulado o consumidor a optar pelas aves, o que resultou no recorde do abate de aves.

O abate de suínos caiu (-1,9%) em relação ao último trimestre de 2010, quando foi registrado um recorde. Porém, na comparação com mesmo trimestre do ano passado, houve aumento de 4,5%.

A pesquisa do IBGE também mostra que mais leite foi adquirido nos primeiros três meses do ano na comparação com o mesmo período de 2010 (4,1%), mas que a quantidade foi inferior aos três meses imediatamente anteriores (-2,1%). O volume adquirido foi de 5,4 bilhões de litros.

No período pesquisado, os estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul concentram a maior parte dos abates no país.

Fonte: Globo Rural Online.

29 de junho de 2011

Laminite.


Definição
 
É um processo inflamatório agudo das estruturas sensíveis da parede do casco que resulta em claudicação e deformidade permanente do casco.
 
Etiologia
 
É uma condição normalmente associada à ingestão excessiva de grãos, embora também possa estar associada a fatores genéticos, idade, falta de exercícios, umidade ou quadros de toxemia. Os diferentes fatores que estão ou que possam estar envolvidos na etiologia da laminite variam em complexidade e severidade de acordo com o manejo ao qual os animais estejam submetidos (Greenough et al., 1990).
 
Epidemiologia
 
A doença é tida como pouco comum em bovinos e, quando se manifesta, normalmente está associada a um regime alimentar com altas proporções de concentrados e baixa qualidade e quantidade de fibras, sendo portanto mais comum em animais confinados, animais de exposição e gado leiteiro. Algumas raças ou linhagens parecem ser mais susceptíveis ao problema, talvez devido às características de conformação de casco herdadas pelo animal.
 
Patogenia
 
O mecanismo de desencadeamento do processo que leva ao quadro de laminite ainda não está totalmente esclarecido. Alguns acreditam que a laminite ocorra em função do excesso de histamina, que causa um ingurgitamento do leito vascular do casco. Por outro lado, o estudo da doença produzida experimentalmente tem demonstrado que o suprimento sangüíneo arterial da lâmina do casco é bastante reduzido ao invés de ser aumentado (Blood & Henderson, 1978).
Quando há ingestão excessiva de grãos, ocorre um aumento na produção de ácido láctico no trato digestivo, com destruição de grande número de bactérias e liberação de suas toxinas. A acidose ruminal provoca uma lesão na mucosa ruminal com aumento de sua permeabilidade, levando a uma endotoxemia e acidose sistêmica, que resulta em vasoconstrição periférica, com redução do fluxo sangüíneo às lâminas do casco (Manual Merck, 1991).
 
Sintomas Clínicos
 
Os casos agudos são acompanhados de manifestação de dor e expressão de grande ansiedade com tremor muscular, sudorese e aumento da freqüência cardíaca e respiratória (Blood & Henderson, 1978). Os cascos afetados estão quentes e com sinal visível de inflamação acima deles. O animal apresenta relutância em se mover, permanecendo deitado a maior parte do tempo; se forçado a andar, tenta caminhar sobre os talões.
Nos casos crônicos os cascos crescem em comprimento e a sola perde sua elasticidade e densidade normais, tornando-se mais quebradiça. A claudicação pode desaparecer, embora o animal se mostre desajeitado.
 
Diagnóstico
 
Deve se basear no histórico de superalimentação e na manifestação de claudicação ou crescimento excessivo dos cascos.
 
Tratamento
 
O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e busca remover a causa ou fator predisponente e o alívio da dor. A primeira medida após a constatação do problema é a remoção do animal para um piquete com forragem e água de boa qualidade, sem oferta de concentrado. Drogas analgésicas (Flunixin-meglumine) e antiinflamatórias (fenilbutazona) serão de grande valia para alívio do problema.
 
 Prevenção

O melhor método para prevenção é a adoção de medidas que evitem a acidose láctica, que pode ser feito através de um adequado esquema de adaptação para animais que receberão dietas altamente concentradas e o uso de produtos alcalinizantes (bicarbonato ou carbonato de cálcio) na ração. Evitar o confinamento de animais muito novos também pode ser indicado para diminuir a incidência da doença, uma vez que Greenough et al. (1990) não recomendam a alimentação intensiva para bovinos de corte abaixo dos 14 meses de idade, em função do efeito deletério sobre a saúde dos cascos. Uma medida a longo prazo para redução da incidência da doença seria a seleção contra machos cujas progênies apresentem esta condição (Preston & Willis, 1982). 

Fonte: Rural Pecuária.