21 de junho de 2011

Rinotraqueite Infecciosa Bovina (IBR).


O que é : A rinotraqueíte infecciosa bovina é uma doença viral causada pelo herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1). A IBR possui distribuição mundial e infecta bovinos e alguns ruminantes selvagens. O diagnóstico é feito através do isolamento do agente e sorologia.

Essa virose está presente em plantéis bovinos de praticamente todo o mundo. A taxa de animais positivos varia muito de uma região para outra, dependendo também do tipo de exploração pecuária realizado na propriedade (confinamento, extensiva, leiteira e corte). Quanto maior o contato entre os animais, maior é o contágio.
No Brasil, os levantamentos sorológicos já mostram uma frequência alta nos rebanhos, tanto de leite como de carne.

A principal fonte de contágio são gotículas expelidas pela tosse, secreções nasais, oculares, vaginais, sêmen e líquidos e tecidos fetais. Pode ser transmitido por aerosol, monta natural, inseminação artificial e contato vulva-focinho.

Como todo herpesvírus, o vírus da IBR permanece latente nos animais que se recuperam da doença, que poderão voltar a eliminar o vírus no ambiente e podem apresentar novamente os sintomas em casos de diminuição da resistência (causada por estresse, transporte, infestação parasitária e outras doenças, parto...). Isso é chamado de reativação viral. A forma mais comum de contágio em rebanhos livres é a entrada de animais com o vírus na forma latente.

Como reconhecer

Bovinos de todas as idades podem ser afetados. Vários são os sintomas da IBR, que podem ocorrer separadamente ou simultâneamente:

- Forma respiratória: depressão, redução do apetite, febre, narinas congestionadas, corrimento nasal, erosões e úlceras com restos de tecidos necróticos, tosse e sialorréia (baba) espumosa.
- Forma conjuntival: corrimento ocular inicialmente claro e posteriormente com muco purulento; às vezes, ocorrem resíduos brancos necróticos nos olhos.
- Forma genital: ocorre tanto em vacas quanto em touros. Nas vacas, os sintomas são de incontinência urinária, cauda constantemente levantada, corrimento vaginal, vulva inchada, erosões e úlceras na mucosa, placas de material necrótico na vulva. Nos touros os mesmos sintomas são encontrados no pênis e prepúcio.
- Aborto: os abortos são frequentes. Qualquer uma dessas formas acima citadas podem levar ao aborto. Além do aborto pode ocorrer nascimento de bezerros mortos ou fracos.
- Diarreia em bezerros – este sintoma pode levar à desidratação e morte do animal.
- Outros sintomas: ocorre também depressão, apatia e queda na produção.
O diagnóstico da doença pode ser confirmado por exames laboratoriais. O vírus pode ser isolado em amostras de secreção nasal, da placenta e/ou fígado, rins e adrenais do feto. É necessário utilizar como método de diagnóstico complementar o teste de sorologia pareada da mãe.

Como tratar

Como as outras infecções virais, não há tratamento antimicrobiano para a IBR. Os antibióticos de largo espectro só devem ser usados pela prescrição de um veterinário, para prevenir perdas por infecções bacterianas secundárias que acabam aparecendo por causa da queda de resistência do organismo.

Como evitar

A vacinação contra a Rinotraquíte Infecciosa Bovina é no momento a melhor opção para reverter os prejuízos causados por esta doença. Há disponíveis diferentes tipos de vacinas que serão aplicadas uma vez realizado o diagnóstico clínico-laboratorial ou a partir de um programa sanitário pré-estabelecido.

A imunidade passiva de anticorpos maternos transmitidos através do colostro fornece resistência ao bezerro durante os primeiros 30 a 45 dias. Logo são necessárias a vacinação e revacinação para elevar o nível de anticorpos acima do nível de desafio. Às vezes, o momento de menor proteção pode coincidir com o de maior desafio, por exemplo, desmame precoce.

A recomendação de manejo não é somente aumentar a proteção dos animais, mas também diminuir o desafio evitando todas aquelas situações que aumentem o contágio e o estresse.
É importante considerar que as vacinas que hoje podemos utilizar não protegem o plantel da infecção, mas sim das manifestações clínicas da doença e de seus prejuízos econômicos.

Fonte:  Vallée 
 

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