Uma
pesquisa realizada pela engenheira agrônoma Lia Ferraz de Arruda Sucasas, que, em abril, apresentou sua
tese de doutorado no Centro de Energia Nuclear da Agricultura (Cena) da USP,
em Piracicaba, interior de SP, apontou que a produção brasileira de
pescado tem um aproveitamento de apenas 30%.
As vísceras e a cabeça do peixe, que
representam 70%
do animal, são descartadas, gerando, além de desperdício, impacto ambiental.
A
fim de solucionar o problema, Lia estudou formas de aproveitar
estes resíduos, utilizando-os na composição de co-produtos como
farinha
de pescado, hidrolisados
protéicos, silagem e
óleo de peixe.
A
silagem, por exemplo, pode ser utilizada como
ingrediente na produção de ração de animais e de
fertilizantes.
“Enzimas presentes nas vísceras provocam a quebra das proteínas e, devido ao pH
adequado, ocorre a conservação do produto”, explica a pesquisadora. Segundo
Lia, além de não descartar o resíduo da indústria pesqueira na natureza, o
método contribui com o aumento da sustentabilidade econômica do setor.
Já
a farinha de peixe é obtida a partir do cozimento dos resíduos e sua posterior
prensagem e trituração. O material também pode ser utilizada na produção de
rações animais.
Devido
seu alto valor nutricional, as vísceras poderiam ainda ser aproveitadas na
produção de compostos bioativos e alimentos funcionais. “A fração de gordura presente nos
resíduos poderia ser usada com biocombustível ou como fonte lipídica e de
ácidos graxos poliinsautirados”, aponta a pesquisadora.
Fonte: Globo
Rural
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