Grande
exportador de frutas tropicais, o Rio Grande do Norte também pretende entrar no
segmento de frutas secas, mercado capaz de absorver uma produção 43 mil
toneladas, mas que só produz 50 delas. A exemplo do que já acontece em Alagoas,
Bahia, Piauí e Rio Grande do Sul, o Sebrae no Rio Grande do Norte está
estimulando a desidratação de frutas entre grupos de pequenos produtores. Um
projeto piloto já está em andamento no município de Maxaranguape, distante 54
quilômetros da capital.
A
proposta é capacitar os produtores a desidratar frutas cultivadas nos pólos
fruticultores do Estado como uma alternativa, inclusive no período de
entressafra. São 25 frutas brasileiras podem ser desidratadas e comercializadas
ao longo de todo o ano. A secagem ajuda a conservar propriedades nutricionais e
ainda reduz em até 20 vezes o volume da frutas, facilita o transporte e a
estocagem. A técnica é apontada também como saída para diversificar a ofertas
de produtos da cadeia produtiva da fruticultura.
As
vantagens da desidratação de frutas estão sendo apresentadas em palestra no
Espaço Empreendedor grupos de produtores de várias regiões do Estado que
visitam a Festa do Boi. Para abordar o assunto, Leonardo Chiappetta,
proprietário do Empório Chiappetta, que fica em São Paulo. Ele é um dos
difusores dos benefícios das frutas secas no Brasil, já que as revende em seu
estabelecimento. Segundo ele, o método contribui para reduzir o desperdício e
otimizar o aproveitamento dos alimentos.
De
acordo com o palestrante, o processamento de frutas é ideal para associações e
cooperativas de pequenos produtores, que podem ampliar a diversidade de
produtos oriundos da fruticultura para além dos doces e compotas. “o melhor que
é possível fazer em cooperativas com total rastreamento da produção. Existe uma
janela de mercado enorme para as frutas secas”, diz Leonardo Chiappetta,
referindo-se ao uma fatia de consumidores interessados em valorizar a dieta
mediterrânea, o movimento de slowfood e os ingredientes característicos de cada
região.
Para
começar a produção, é preciso ter no mínimo uma estufa com 15 bandejas. Além
disso, o produtor deve colocar em planilhas itens como rendimento das frutas,
tempo de corte e desidratação, capacidade por estufa e os tipos de frutas para
cada período do ano. A secagem é variada. Pode ser natural, com adição frutose
ou cristalizada. Chiappetta garante que o retorno do investimento é de dois
anos e meio. “Hoje, o mercado está valorizando muito os produtos artesanais,
mas artesanal não quer dizer rudimentar. Precisa seguir todas as normas
sanitárias, ter uma boa embalagem e comunicação visual”, alerta.
Como
exemplo, ele citou o Piaui que conseguiu em quatro anos atingir bons patamares
de comercialização. De 2005 a 2009, pequenas empresas expandiram as vendas. Na
Bahia, o diferencial foram as frutas da caatinga. Xiquexique, mandacaru e umbu
ganharam uma versão desidratada. “Quanto mais exótico, maior será o valor
agregado. Outra vantagem é possibilidade de conservação da fruta. Foi o que
aconteceu no Rio Grande do Sul, onde os pinhões foram desidratados para serem
cozidos ao longo do ano. Para se ter uma ideia do mercado, o Brasil produz 42
milhões de toneladas de frutas frescas por ano. Se considerar que as frutas
processadas podem ficar com 1% desse total, o país teria uma demanda de 42 mil
toneladas de frutas secas, mas só produz 50 toneladas. Faltam fornecedores
desses produtos.
Fonte: Agência Sebrae
Comentário
do Agroblog RN: A desidratação é sem dúvidas uma das alternativas,
para não dizer a melhor, para a uniformização da produção. Na fruticultura ela
permite uma maior qualidade da fruto e torna possível a comercialização desses
a qualquer época do ano mesmo sem está no período da safra. Já na Agropecuária
a desidratação é determinante principalmente no período da Seca ou da estiagem,
quando há a diminuição da disponibilidade e da qualidade de alimento devido a
falta de água. Assim o Feno, a mais conhecida forma de desidratação, conserva
as propriedades nutricionais permitindo o ganho de peso dos animais, ou pelo
menos evitando a perda, no período mais crítico da Agropecuária.
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