4 de outubro de 2011

Aumento da demanda provoca uma "Revolução no leite".


Considerando a média nacional, neste ano o produtor está recebendo 14% a mais pelo litro de leite em relação a 2010. A questão é que os custos de produção subiram 44% no mesmo período. Milho, farelos em geral, suplementos minerais, fertilizantes (pensando na adubação de pastagens), todos esses insumos estão custando mais que no ano passado. Destaque para o milho, cuja alta é de 43%. Isso significa um estreitamento da margem do produtor. Daí a necessidade de acompanhamento de mercado e gestão da propriedade.

Aliás, no caso da pecuária de leite, pela pequena margem que a atividade confere, a pressão de outras atividades é grande. São Paulo é um exemplo disso. No estado, a cana, a seringueira, o eucalipto, entre outras culturas, têm se mostrado mais rentáveis que o leite e, com isso, muitos produtores optam por essas outras atividades. 


É preciso cada vez mais investir em ganhos de produtividade, já que, comparativamente aos custos de produção e à inflação, a valorização do preço do leite tem sido menor. Teoricamente, o produto estaria perdendo valor de mercado. Fazendo uma conta rápida, para o produtor de leite manter a mesma receita das décadas de 1970-80, é preciso produzir 150% mais leite na mesma área. E isso só é possível mediante o uso de tecnologia: nutrição, sanidade e genética.

É nesse contexto que programas como o Balde Cheio têm grande importância para a pecuária. A ideia é levar a assistência técnica ao pequeno produtor. São mudanças simples no manejo do gado e na propriedade, mas que têm reflexo imediato na produção. Outro ponto importante é que a cadeia do leite vem se organizando. Os processos de fusões e aquisições colaboraram para a profissionalização do setor, que, em termos de organização, ainda está mais atrasado que a cadeia da carne. Até por ser mais pulverizado, nesse primeiro momento não podemos falar de concentração do setor. A Nestlé, maior empresa de laticínios do país, tem entre 8% e 10% do mercado. Na Nova Zelândia, a Fonterra tem 90%.

Por fim, a demanda crescente por lácteos no Brasil é um ponto forte, pensando do lado do crescimento da produção nacional e dos preços aos produtores. O incremento da renda do brasileiro tem levado a um consumo maior de lácteos de maior valor agregado, como os queijos, iogurtes e leites fermentados.

Fonte: Globo Rural

 Comentário do Blog: Com essa frase da matéria restrinjo meu comentário: “E isso só é possível mediante o uso de tecnologia: nutrição, sanidade e genética.”

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