20 de outubro de 2011

Mercado de Trabalho e o Profissional Desejado no Agronegócio.


O profissional desejado é aquele que atinge resultados revolucionários, fazendo o mais simples e sustentável possível, e que busca a melhoria contínua de si mesmo e da organização que faz parte.

O mundo muda muito rápido. Acompanhar as tendências, novas tecnologias, novos modelos de gestão tornou-se primordial e praticamente uma rotina para os profissionais de todo o planeta. Talvez este dinamismo tão rápido seja uma das principais causas da seguinte situação: desemprego x falta de mão-de-obra qualificada. Como explicar porque muitas empresas têm seu crescimento comprometido pela falta de profissionais capacitados e, além disso, identificar a quantidade de oportunidades que o agronegócio oferece, tanto para produtores quanto para os profissionais do ramo?

Em recente entrevista, na Revista Agroanalysis (Número 09; Setembro de 2010), o professor da Unesp/Jaboticabal e ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, disse: “O Brasil é um dos poucos países do mundo que apresentam condições favoráveis de ampliar sua produção a ponto de gerar grandes excedentes, mas precisamos aprender a produzir barato. Quem encontrar o caminho ganhará dinheiro”. Com cerca de 200 milhões de hectares agricultáveis aliados a um clima e solo privilegiados, nosso país certamente torna-se o protagonista para a base alimentar da população mundial. O aumento do consumo de alimentos, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de países emergentes como a Índia e a China, somado ao crescimento da população mundial torna-se a grande oportunidade do agronegócio, tornando-se manchete principal de jornais e revistas pelo mundo inteiro. Este contexto resultou na preocupação de líderes e pesquisadores na produção sustentável destes alimentos, sem gerar novos impactos ambientais. O que antes era visto pelos pecuaristas apenas como um problema foi revertido em oportunidade de ganho, seja por crédito de carbono ou por dezenas de possíveis certificações agrícolas.


Perguntas: Já que a expectativa é que o mundo passe de 6,7 bilhões de habitantes para 9,2 bilhões até 2050, como conseguiremos alimentar esta quantidade de pessoas sem prejudicar ainda mais o meio ambiente? Como produziremos mais sem aumentar a área produtiva mundial? Como conseguiremos produzir mais, com menos investimento? A resposta envolve infinitos fatores, mas sem sombra de dúvida, o elemento central desta discussão é o Homem. De nada adianta formular técnicas de produção fantásticas, desenvolver ainda mais tecnologias como robótica, mecanização, transgenia, clonagem, se não houver indivíduos capazes de manipular estes avanços e utilizá-los a favor do aumento da produção sustentável de alimento no planeta. Enfim, o mercado de trabalho nunca precisou tanto de pessoas com uma visão holística, que possuam perfil técnico, gerencial e, o mais importante de todos os, o perfil humano.

O agronegócio, segundo a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), é responsável por 35% dos empregos do país e possui uma participação de 30% no Produto Interno Bruto brasileiro. O caminho desde que o alimento é produzido no campo até na mesa do consumidor final é uma extensa e minuciosa cadeia, que não se restringe a engenheiros agrônomos, médicos veterinários e zootecnistas, com grandes oportunidades de melhoria e otimização dos processos envolvidos. Entre as atividades que mais representam o agronegócio mundial está a pecuária, considerada um segmento estratégico na produção alimentar e na interiorização da economia de forma produtiva. O cenário da Pecuária de Corte para 2011 consiste na demanda por carne bovina aquecida no médio prazo, tanto no mercado interno quanto no externo, e a dúvida é se o Brasil terá oferta suficiente para atender a demanda, pela possibilidade de entrada nos EUA, México e Coréia do Sul. Argentina, EUA, Uruguai e Austrália, principais concorrentes do Brasil em produção, estão em um processo de encolhimento do rebanho, o que sinaliza a oportunidade de aumentarmos ainda mais nossa exportação. Com relação ao setor lácteo, após cinco anos de superávit na balança comercial do setor, o Brasil voltou a apresentar déficit em 2009 e 2010. Nosso país não está conseguindo exportar leite, considerando o cenário de preços internacionais, a demanda mundial e a taxa de câmbio. Apesar do potencial do mercado interno brasileiro, o consumo per capita de leite é baixo para o padrão de países desenvolvidos, indicando a importância dos produtos derivados da commoditie leite, como exemplo leite condensado, leite em pó e iogurtes agregando valor ao leite cru. O Brasil possui características ímpares para a produção de leite, mas é necessário melhorar a eficiência dentro da fazenda, pelo baixo desempenho técnico e alto custo de produção/litro de leite em milhares de fazendas especializadas na atividade leiteira.

Realmente os cenários são muito promissores não somente para a pecuária, mas para centenas de outras atividades que compõem o agronegócio. Entretanto, será que apenas o preço das commodities no mercado mundial é importante? E se olharmos para dentro de nossas propriedades? Elas estão com o nível de excelência que queremos? Estão dando um show de produtividade, aliado a um custo de produção enxuto? Estas são perguntas que, muitas das vezes, serão respondidas com um belo não; que muito ainda tem de ser feito para chegarmos aos padrões que queremos estampados na porteira de nossas fazendas. Infelizmente, não existe uma receita para o sucesso, mas há uma seqüência de práticas e ações que, juntas, desenham o sucesso ou insucesso de qualquer corporação, denominada: GESTÃO. A gestão, segundo o INDG – Instituto de Desenvolvimento Gerencial – corresponde à soma de três fatores centrais: Liderança + Método + Conhecimento Técnico, sendo que, entre os três fatores citados acima, a liderança é o que há de mais importante em uma organização, pois de nada adianta o método ou conhecimento técnico se não existe liderança para literalmente fazer acontecer. Pelo que o mercado nos indica este é o protótipo do profissional de hoje - pessoas que atinjam resultados revolucionários fazendo o mais simples e mais sustentável possível, que buscam sempre a melhoria contínua de si mesmo e da organização em que faz parte.

Gostaria de finalizar com algumas palavras do Professor Vicente Falconi, um dos fundadores do INDG, que simboliza muito bem aquilo que devemos sempre buscar, sejamos recém-formados ou profissionais experientes:

“Sua META é ser o melhor do mundo naquilo que você faz. Não existem alternativas.”

Fonte: RehAgro

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