28 de junho de 2011

Xiquexique: alternativa alimentar durante a seca.


Em determinadas regiões semi áridas do Nordeste brasileiro, as cactáceas nativas, particularmente o xiquexique (Pilosocereus gounellei A. Weber ex K. Schum.), são utilizadas durante secas drásticas como um dos principais suportes forrageiros para os ruminantes. Nesses períodos, em quase sua totalidade, o xiquexique é oriundo de áreas de ocorrência natural, o que indica a ne­cessidade de preservação e manejo sustentável da espécie. Apesar de ser utilizado como última reserva de alimento e água para os animais, incrementos na produção animal poderão ser alcançados se esse cacto for associado a ­outros alimentos. Para tanto, faz-se necessário o seu plantio para a formação de reservas estratégicas de forragem.


u Características - O xiquexique é um cacto colunar de porte baixo, que rebrota bem próximo à base, de 0,5 a 1 m do solo. Apresenta-se em forma de candelabro, com 10 a 13 linhas de espinhos formando suas costelas. Desen­vol­ve-se lentamente, em solos rasos, em ci­ma de rochas e é resistente a altas temperaturas e baixa precipitação plu­viométrica. Sua distribuição ocorre principalmente nas áreas mais secas do se­mi árido.
u Plantio - O plantio do xiquexique como reserva ecológica e forrageira contribui para minimizar a degradação da caatinga e pode ser feito com estacas de 50 cm de comprimento, em covas de 15 cm de profundidade, no sentido vertical, em solos com baixa fertilidade.


u Produtividade - Resultados de pesquisa obtidos pela EMPARN no Campo Experimental e de Produção de Cruzeta (RN), com plantio do xiquexique por estaquia com idade de 6,5 anos, apresentaram, no espaçamento 1,5 x 1m, uma produtividade média de 5.250 kg de forragem verde e 1.008 kg de matéria se­ca e, no espaçamento 1 x 1 m, de 5.900 kg de forragem verde e 1.120 kg de matéria seca por hectare.
u Utilização animal - Na caatinga, a colheita do xiquexique é feita manualmente pela retirada das brotações laterais, utilizando facão e gancho próprio, tendo o cuidado de preservar o caule principal. Posteriormente, o material co­lhido é transportado até o local de for­neci­mento aos animais, onde serão queimados os espinhos por intermédio de um lança-chamas. Esse processo pode­rá ocorrer de forma inversa, ou seja, após a colheita, a queima dos espinhos antes do transporte. Transcorridas 12 ­horas da queima dos espinhos, tritura-se o ma­terial colhido em máquina forrageira e o fornece aos animais. Em função da sucu­lência do material, recomenda-se as­sociá-lo a outros alimentos ricos em fibra e proteína, como silagem e concentrados.

Fonte: Revista O Berro/EMPARN.

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