13 de junho de 2011

Nordeste vai usar modelo espanhol para caprinos.

Mesmo com toda a pompa dos números de ovinos e caprinos no Nordeste, a região ainda esbarra na falta de integração dos produtores, que faz com que o país não consiga manter uma articulação necessária para atender ainda por completo o consumidor e as exigências do mercado.

Com foco em encontrar soluções práticas para quebrar de vez com as faltas e construir um cenário promissor e sustentável para a ovinocaprinocultura, o Projeto Aprisco, desenvolvido pelo Sebrae e parceiros como o Instituto Nacional do Semi-Árido (Insa), Embrapa e a Empresa de Estudo e Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), encontrou uma solução que deve balizar essas ações.

O trabalho utiliza um exemplo de desenvolvimento do setor na Espanha e deve apontar o caminho das pedras e mostrar como conseguiu promover marcas de alto valor agregado na ovinocaprinocultura local, especialmente na de carne e de leite.

"A identidade cultural é ponto forte quando se trata de Brasil e os países ibéricos, como a Espanha. Lá eles têm uma representatividade grande da cultura milenar principalmente de ovinos. O sistema também funciona com pequenos produtores, no clima árido semelhante ao nosso, e a grande disponibilidade do país em fazer essa cooperação foi uma maneira acertada de definir a Espanha como modelo para o Nordeste", comenta Luiz Alberto Amorim, diretor-técnico do Sebrae Paraíba e coordenador do Projeto Aprisco Nordeste.

Em encontro no Brasil, o grupo de gestores, produtores e estudiosos espanhóis e representantes brasileiros promoverão o '1° Fórum de Cooperação Técnica Brasil-Espanha para Inovação e Sustentabilidade da Ovinocaprinocultura'. O evento demarca maior aproximação entre os dois países e de lá sairão ações prontas para serem executadas em médio prazo junto ao setor na região Nordeste.

Para Wadrick Hauss, diretor-técnico da Emepa, o modelo de gestão adotado pelo setor é um dos pontos fortes que podem ser perfeitamente transferidos para os estados do Nordeste. "Nesse modelo eles conseguiram unir forças entre criadores, com suas associações e cooperativas, indústrias de processamento e governos. Juntos eles conseguiram uma ponte de diálogo que responde ao que o mercado pede. Ninguém funciona só, mas sim em rede. Essa falta de integração é um das fragilidades do setor por aqui", comentou Hauss.

Transferência de tecnologias

Outra grande contribuição com essa cooperação entre Brasil-Espanha é o modelo de implantação da identificação eletrônica dos animais, feita através de um chip. Segundo Antonio Felinto, gestor do Projeto Aprisco no Sebrae, a tecnologia se baseia em um sistema ágil e seguro que facilita o trabalho de acompanhamento e controle zootécnico dos rebanhos.

Entre as vantagens, está o aumento da produção mediante a seleção de animais superiores e, consequentemente, no aumento qualitativo dos produtos finais. Com o repasse da tecnologia, a Emepa e a Embrapa devem implantar ainda este ano um projeto piloto na Paraíba. Logo em seguida o projeto será expandido para os criadores e a instância privada.

Reportagem Agripoint, adaptada pelo Agroblog RN.

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