22 de junho de 2011

Aumento do uso de transgênicos na agricultura é tema de painel no Seminário da Cooplantio.


A velocidade do lançamento e adoção de novas tecnologias ligadas aos transgênicos foi destaque no seminário da Cooplantio, realizado entre os dias 20 e 22 de junho em Gramado, no Rio Grande do Sul. Nos últimos dois anos, 11 novos produtos foram lançados no mercado brasileiro. O milho geneticamente modificado, em menos de três anos, já foi adotado em 75% das propriedades produtoras do país.

Os primeiros produtos agrícolas geneticamente modificados surgiram no mundo há 15 anos. O Brasil reconheceu  o uso dos transgênicos apenas em 2005, com a soja resistente ao glifosato. Em 2009, veio o primeiro para controle de insetos. De lá para cá, os novos produtos lançados mudaram a forma do agricultor brasileiro de trabalhar.

O engenheiro agrônomo André Franco e o professor Luiz Carlos Federizzi participaram do painel "O produtor rural como agente de mudança no uso de biotecnologias", no seminário da Cooplantio e concordaram que o fim das discussões ideológicas sobre o tema ajudaram a agilizar a adoção dos transgênicos no país.

Para André Franco, essa rapidez nos lançamentos e na  adoção das tecnologias exige que o produtor seja cada vez mais consciente da sua importância no processo.

– O produtor vai ter que passar a utilizar biotecnologia, mais germoplasma eficiente e adequado para sua região e mais práticas agronômicas. Biotecnologia sozinha não é a solução. Ele tem que trabalhar com um composto destes três fatores. A outra coisa importante são algumas práticas novas que o produtor não praticava até alguns anos atrás e passa a ser parte corrente da vida dele como, por exemplo, áreas de refúgio para as tecnologias de resistência a insetos e técnicas de manejo – disse André Franco, diretor de marketing da Monsanto.

O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Federizzi, orienta que o produtor esteja sempre alerta sobre as novidades, mas que só implante as tecnologias que realmente precisa.

– O momento agora é do produtor ter informação mais detalhada, porque vão vir muitos produtos diferentes. As empresas realmente estão competindo. Quer dizer, é uma combinação de Bt, diferentes proteínas de Bt com glifosato. Isso certamente, para muitos produtores, não é necessário, de repente o antigo ainda serve. Não usar sempre a mesma variedade, de repente proteínas diferentes para o Bt vão ajudar a fazer um controle melhor. A agricultura está mais complexa, não é só largar a semente e ver o que acontece. Ela está muito mais complexa, e essa complexidade exige educação – falou Luiz Carlos Federizzi, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

O produtor de soja e milho Idalino Dal Bello, de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, usa a tecnologia desde o final dos anos 90 e, hoje, não saberia plantar de outra forma.

– O benefício é muito. Se não fosse a transgenia, não teria como plantar a soja, pois se tornaria inviável, com o mato competindo. Até hoje a gente tenta pegar as variedades mais produtivas, porque queremos ter mais lucro – observou o produtor.

Seu Idalino está consciente de que precisa fazer a sua parte além de adquirir sementes transgênicas para que a tecnologia dê certo.

– No milho tem que ter uma faixa de refúgio limitando o vizinho, caso ele queira plantar outra variedade. Então, isso a gente tem que respeitar, para não se criar mais coisa resistente igual ao que se criou com o glifosato – concluiu Idalino.

Fonte: Canal Rural.

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