22 de junho de 2011

Descarte de Ovelhas, o que fazer?


A ovinocultura vem crescendo nos últimos anos em todo território nacional e já é sabido que a carne nobre com destaque é a de cordeiro, devido principalmente à sua idade jovem, demonstrando boas características da carne, com grande aceitação pelo mercado consumi­dor, levando inclusive a um maior valor comercial.
A eficiência produtiva de um rebanho ovino está diretamente relacionada ao número de cordeiros desmamados por matriz/ano. Desta forma, a obtenção de maior quantidade de cordeiros nascidos e desmamados por ovelha resultará numa maior taxa de desfrute (número de animais vendidos/pelo número do rebanho efetivo), para a reposição das matrizes e para a seleção do rebanho.
A vida útil reprodutiva das ovelhas varia de 6 a 8 anos, dependendo da nutrição, manejo profilático e reprodutivo, independente do propósito ser carne ou lã. Não é interessante manter a ovelha no plantel, em função da diminuição de seus índices produtivos e reprodutivos, tornando-se mais um produto destinado ao mercado consumidor.
O percentual normal de descarte de um rebanho ovino é de 10 a 20%, dependendo da pressão de seleção, pois só assim é possível realizar melhoramento genético do rebanho, pois sempre se espera que as filhas (borregas) sejam superiores às mães, consideradas animais de reposição.
À medida que o animal avança na idade, concomitantemente aumenta a deposição de gordura na carcaça, tanto dos ácidos graxos poli-insaturados como os saturados, sendo esses últimos mais prejudiciais à saúde humana, além do pouco rendimento dos cortes da carcaça. O consumo excessivo desse tipo de gordura tem sido associado a doenças cardiovasculares e, em função disso, o consumo de carnes com esta característica é indesejada.
A carne de animal adulto pode, entretanto, ser preparada de maneira diferenciada, com alternativas tecnológicas, resultando em defumados, embutidos (salame, caftas, charques, salames, presuntos e linguiças) entre outros.
Atualmente já existem indústrias alimentí­cias interessadas em ovelhas de descarte, pois considerando-se  um rebanho aproximado de 15 milhões de ovinos, 50% serão ovelhas (7,5 milhões) correspondendo a 1,5 milhão de matrizes sendo repostas anualmente. O peso médio das ovelhas de descarte depende da raça e da condição nutricional no momento da venda. Para efeito de cálculo pode ser considerada a média de 50 kg de peso vivo, sendo que as raças específicas para lã (Merino e Ideal), além das nacionais (Morada-Nova e Santa Inês) têm um me­nor peso, quando comparadas àquelas com aptidão para carne (Suffolk, Hampshire Down, Ile-de-France, Texel e Dorper), que apresentam peso superior.
Para o aproveitamento dos produtos embutidos necessita-se de pesquisas por parte das Instituições de Ensino e Pesquisa da área afim, para dar um destino ideal para os produtos. Atualmente já existem alguns órgãos desenvolvendo trabalhos pioneiros. A fabricação de produtos industrializados poderá aumentar a variedade de produtos obtidos com a carne ovina, consequentemente e indiretamente contribuirá para a melhoria da cadeia produtiva, além do aumento do consumo per capita estadual e nacional.

Fonte: Revista O Berro.

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